sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A arte- africana


Nosso grupo aúlico é formado por:Francine Pereira Chaves,Lara Elisa Pires dos Santos e Rosália Caroline Pires Mendes.
Decidimos realizar um trabalho sobre:Culturas Afro-Brasileira
Por que: Achamos legal.
Francine vai pesquisar sobre:Danças,
Lara vai pesquisar sobre:Culinária e
Rosália vai pesquisar sobre:A arte africana.


A arte africana está fortemente ligada aos costumes tribais. Reflete sua consciência de mundo e sua religiosidade, o espírito de seu povo. A partir de materiais como pedra, madeira, ossos, couro, marfim, ferro e bronze, o artista retratava a vida e os valores de sua tribo.

Essa relação da vida com as manifestações artísticas, com as formas de comunicar, foi desestruturada graças as incursões européias em busca de escravos, o que alterou irreversivelmente a estrutura social nativa. O crescimento do comércio de escravos, que perdurou por séculos, provocou guerras contínuas entre Estados Africanos do litoral, que abasteciam os europeus, e as tribos do interior. A constante troca de produtos manufaturados por escravos causou a decadência do artesanato negro-africano. Entre mortos na caçada de escravos e na viagem dos navios negreiros, a África perdeu de 50 a 200 milhões de habitantes, em menos de quatro séculos.

Pouco se sabe sobre a escultura em madeira na África negra, provavelmente por este material ser tão facilmente perecível, entretanto algumas esculturas em terracota, encontradas em Nok, centro da mais antiga tradição da escultura africana, parecem indicar uma influência da escultura em madeira, mais antiga, pois que, a argila sugere uma técnica aditiva e as peças encontradas exibiam a técnica inversa (vai-se desbastando blocos), usada normalmente para se esculpir em madeira.

Algumas características das esculturas de Nok, nordeste da Nigéria, parecem ter influenciado largamente a arte africana até os dias de hoje. Cabeças cilíndricas, grandes em proporção às pernas pequenas, detalhes do vestuário e de penteados, a forma dos olhos e dos lábios salientes. Como em Ifé, outro centro de tradição escultórica africana, percebe-se um esforço por atingir as proporções naturais do corpo humano, em contraponto a uma forte tendência estilizante na representação do rosto humano, onde os olhos e os lábios se projetam protuberantes. Isto talvez esteja ligado a questões rituais de quem acredita que retratar é aprisionar, dominar.

A arqueologia não pode explicar a origem e a difusão da metalurgia na África, uma vez que parece haver uma lacuna entre a Idade da Pedra e a Idade do Ferro. O certo é que nos primeiros séculos da nossa era a metalurgia já era difundida em todo continente africano. Assim, os africanos que vieram para a América como escravos já se encontravam bastante desenvolvidos e, embora não conhecessem a rodo, dominavam a metalurgia e a arte da cerâmica.

Os que vieram para o Brasil pertenciam a dois grupos principais: Os bantos que vinha do sul da África, principalmente de Angola, geralmente eram levados para Pernambuco e Rio de Janeiro; os Sudaneses, que vinham principalmente da Costa do Marfim, em sua maioria desembarcavam na Bahia.

Sua presença contribuiu decisivamente para que a arte brasileira assumisse características próprias e no Barroco brasileiro já se percebem sua influência nos anjos mulatos e madonas negras pintados nas paredes das “igrejas dos brancos”. Outro exemplo podem ser as imagens de Cosme e Damião, que na Europa se tratavam de dois médicos, e que não foram representados juntos senão no Brasil, onde em geral são afixados sobre o mesmo pedestal, tomando a forma de dois irmãos gêmeos, tal qual os Ibeji (gêmeos) do culto africano. Pode-se falar ainda de imagens cujo sexo faz menção à fecundidade na estatuária africana, recobertos por vertes esculpidas ou de tecidos e brocados. Como na África, a arte negra no Brasil está intimamente ligada a idéia da sua cultura, de seu cotidiano e de seu culto religioso, extremamente iconográfica.

Na arte afro-brasileira predominam as esculturas em duas dimensões, talvez por questões de ordem econômica, embora também na África se encontrassem esculturas bidimensionais na representação dos símbolos (ferramentas) dos orixás (deuses e entidades). A bidimensionalidade das esculturas afro-brasileiras parece mesmo uma forma de buscar sua identidade étnica, de diferenciar sua cultura, já que tantos objetos de uso cotidiano se revestem de caráter simbólico.

As esculturas afro-brasileiras trazem ainda muitas características vindas da África, como a posição tradicional de joelhos numa figura perfeitamente equilibrada em torno de um eixo, ou os olhos salientes. Mas já aparecem influências da estética branca. Por exemplo, nos traços fisionômicos, no nariz e na boca, na forma dos seios e no formato da cabeça já mais proporcional em relação ao corpo.

Já a estatuária de Exu tem representações extremamente diversificadas. Ainda na África, duas maneiras de representação são usadas. A primeira trata-se de um monte de barro com uma pequena abertura, que era geralmente colocado a frente das casas. A outra era uma imagem, geralmente esculpida em madeira, de joelhos, braços colados ao corpo, masculina e feminina, que carregava nas mãos duas pequenas cabaças e era guarnecida de uma longa cabeleira recurvada em gancho, usada para pendurar a imagem nos ombros dos religiosos durante o culto.

No Brasil, esta imagem sofre profundas modificações: a cabeleira torna-se vertical e tende a bifurcar-se em dois chifres, mantendo-se a idéia de curvatura numa cauda, que seria acrescida à imagem; as cabaças são substituídas por tridentes carregados por braços já afastados do corpo, que assume uma nova postura, em pé. Assim, a figura de Exu vai assumindo a forma do diabo católico o que poderia demonstrar uma forma sutil de revolta contra a proibição do culto africano.

Como afirmamos no início, a Arte Negra reflete o espírito de um povo. Um povo que não conhecia a roda, mas que usava da siderurgia com habilidade e que dominava a cerâmica e o metal, que fazia arte. O espírito de um povo que, uma vez cativo, buscou manter sua cultura e sua crença usando de artifícios de toda espécie, lutando por sua integridade mesmo atado ao tronco.

É difícil dizer onde e o que é a Arte Afro-Brasileira. Por certo não é somente a arte feita por negros no território brasileiro. Iorubás, Bantus, Nagôs, estão no Brasil misturados a Índios, Europeus, Asiáticos... São parte de nossa cultura, são parte de nós, são parte de nossa arte. A Arte Afro-Brasileira está em toda parte, permeia os templos de umbanda, já miscigenada, com as culturas européia e indígena. Passeia também pelas igrejas barrocas e por toda a arte feita no Brasil, já que estamos todos lado a lado, partilhando de espaços, culturas e crenças que se misturam.

Não temos mais uma arte Afro-Brasileira, Luso-Brasileira, Asio-Brasileira, Nativo-Brasileira... Temos uma arte cheia de faces, de cores, rica em sua cultura miscigenada. Temos uma ARTE BRASILEIRA.


veja o mapa da África no Geographic Guide

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Referências


ÁFRICA. IN: ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. Melhoramentos. São Paulo, 1979. v.2.

BRASIL: História. IN: ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. Melhoramentos. São Paulo, 1979. v.4

CUNHA, Mariano Carneiro da. Arte Afro-Brasileira. IN: ZANINI, Walter (org). História Geral da Arte no Brasil. Instituto Walter Moreira Salles. São Paulo, 1983. v.2





Imagens encontradas no site do Banco do Brasil - Exposição de Arte Africana
e no site Out of Africa

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